É algo tão comum, tão banal, que já nem percebemos. Frases como: “Queria emagrecer.” “Queria ser mais forte.” ” Queria ter cabelo liso.” São tão comuns que já nem despertam em nós qualquer reação, mas quando foi que nos tornamos tão insatisfeitos com nós mesmos? Por quê será tão difícil ver a beleza no que já temos ao invés de procurar soluções milagrosas para características que nos fazem únicos?
Vejo cada dia mais um legião de Barbies e Kens que são iguais até nas diferenças. Todos padronizados de maneira “perfeita”, onde qualquer característica fora do padrão é imediatamente tratada como se fosse uma doença. E como se não bastasse a padronização do corpo agora padronizam a mente, todos os pensamentos tem que ser iguais, pensar diferente é sinônimo de excluído.
Agora questionam nossa aparência, nosso modo de pensar e ainda nos sugerem meios de sermos mais “normais”. Todos já absorveram para si o “jeito certo de ser” e ai daquele que não conseguir, nessa busca pelo ser ideal somos apagados em essência e imagem e o resultado final é um ser vazio igual a todos os outros, meros fantoches.
Fantoches humanos vazios, moldados sobre medida para alimentar a indústria da ilusão. Os que despertam correm atrás do prejuízo, o resgate a própria identidade e quando alcançam percebem que já eram perfeitos até nas imperfeições. Agora a insatisfação é outra, porque não me aceitam como eu sou? Por quê insistem em desacreditar a beleza de um ser único?
A. Jr. Pereira